A proponente do projeto

Maria das Graças Ramos Oliveira, cidadã brasileira, mulher negra, aposentada há um ano pelo Serviço Público Federal é a proponente do projeto que ora se apresenta.

Hoje, atua em iniciativas sociais, como liderança, participante ou apoiadora, que são compostas na sua quase totalidade por mulheres, voltadas à produção de trabalhos manuais, em grande parte para reverter em itens para doação a pessoas em situação de vulnerabilidade ou para reverter vendas cujos resultados são importantes para ajudar a sua renda familiar.

No convívio com esses grupos, a proponente começou a observar características comuns a estes, e que se constituíam em oportunidades de melhorias, dados os entraves ao crescimento dessas pessoas e em consequência, ao incremento da sua capacidade de ajudar efetivamente, um maior número de pessoas necessitadas materialmente, apesar da grande força de vontade e potencial técnico para tal.

Ante as dificuldades enfrentadas e a fragilidade desses institutos, a maioria deles informais, a proponente foi inspirada a empreender mecanismos para dar visibilidade a esses grupos que tem trabalhos importantes, entretanto, não recebem qualquer tipo de apoio externo para tal.

Assim, reunindo a experiência de colaboradora informal em várias produções artísticas, eventos culturais e desfiles que eram encampados por seu convivente há 40 anos, que tem formação em artes plásticas e atuou como, carnavalesco, professor e organizador de vários eventos, Maria das Graças decidiu ocupar o seu tempo, antes dedicado à vida profissional até a aposentadoria para, aproveitando o seu gosto pelo social e a veia artística estimulada ao longo do tempo, para ajudar pessoas por meio de iniciativas culturais, haja vista a indiscutível transversalidade que a cultura tem com o social, sobretudo na sua vertente dos direitos humanos, do incentivo ao trabalho e à qualidade de vida.

Nessa esteira, a proponente criou a Pan-Africanista na perspectiva de ser esse um caminho formal e legal para que sejam abertas portas capazes de tornar possível o alcance do seu propósito.

gray concrete wall inside building
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Nasce a Pan-Africanistas

Nasce, então, a Pan-africanistas com o objetivo de apoiar pessoas que produzem artesanato e artes têxteis, principalmente, as que o fazem para ajudar os menos favorecidos materialmente. Um empreendedorismo que se volta, sobretudo, para as mulheres negras, pobres, visando fomento que as estimulem na busca por oportunidades de crescimento profissional, de maior integração com as fontes de trabalho e renda, de apoio emocional e psicológico, ante as suas condições precárias de sobrevivência, não só perante a fome e o desemprego, mas, as sequelas da violência doméstica, do abandono, da falta de saúde ou, na maioria das vezes, todos esses fatores juntos.

É de fundamental importância dar conhecimento a essas pessoas de que a arte que sai das suas mãos representa hoje aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e movimenta cerca de R$ 50 bilhões por ano. Necessário também, se faz o despertamento dessas pessoas que ajudam a fazer o desenvolvimento do país para o fato de que, quando estão trabalhando com artesanato, sobretudo com fios, estão trabalhando em favor da sustentabilidade, agenda urgente no momento que ora enfrentamos e que é foco da atenção de várias políticas e estratégias por todo o mundo.

Na maioria das vezes, contudo, essas artesãs não agregam esse valor aos seus produtos, pois não sabem que trabalham com produção responsável, que principalmente no artesanato e na arte têxtil ocorre a redução de perda de matérias-primas porque praticamente tudo pode ser reaproveitado, o uso de materiais sustentáveis, pois os trabalhos que fazem ( crochê, tricô, macramê) geram produtos de alta durabilidade e que todos os resíduos têxteis podem ser reaproveitados no seu próprio ciclo de produção, gerando peças menores ou mesmo podem ser utilizadas em outras técnicas artesanais.

white and black abstract painting
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Os primeiros passos

A formalização da empresa Pan-africanista se deu no mês de julho de 2023, acompanhando a expectativa da sua titular de que, por meio da disponibilização de uma loja virtual para que as artesãs partícipes dos grupos os quais integra e outras interessadas, pudessem usufruir do um meio para a divulgação dos seus produtos, seria algo simples e imediato, mas, várias dificuldades surgiram, motivadas pela baixa adesão das pessoas no primeiro momento, bem como pela insipiência dos recursos para alimentar as mídias sociais e plataforma virtual, uma vez não havia ainda, produtos suficientes ainda para alimentar um site e outros meios para a divulgação.

Nesse cenário surgiu a ideia de criar um projeto, aliado com o propósito da Pan-africanista que pudesse, num único evento, demonstrar para o público-alvo que se constitui, primordialmente, dos artesãos e artistas têxteis do DF, região de domicílio da empresa, um pouco da dimensão do trabalho que necessita ser feito para dar visibilidade a profissionais tão valiosos, mas que muitos se encontram na obscuridade, sem conhecer os meios a seu favor, por direito.

O Projeto denomina-se Cerrado Arte&Fios, elaborado por mim, na sua totalidade e que se encontra aprovado junto ao Ministério da Cultura (MINC) desde 14/05/2024 e autorizado à catação de recursos via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

A aprovação se deu por meio da Portaria SEFIC/MINC no 326,de 14 de maio de 2024, publicada no Diário Oficial da União-DOU, de 15/05/2024.